O mundo ganhou um peso maior, não é?
O que já havia sido desgastado, aos poucos, também
Do sofá, dos museus, das praças
Ressignificados pela ausência
Das conversas, ironias e aceitações
Quando machuca é hora de parar, avaliar
Se distanciar dos fatos para entendê-los em sua plenitude
Semanas, meses, um punhado de anos depois
Você nunca vai saber
“O presente já passou”
Se você é do agora, e desistiu, vai se acostumar
Se você é do futuro, e insistiu, vai se acostumar
Delicadamente, em seu tempo, todos vão se acostumar
Depois das tentativas, claro
Desistirmos sem tentar, jamais
E os eixos vão se readaptando aos seus locais de origem
A roda volta a rodar
O trabalho precisa ser feito
As amizades mantidas
Os compromissos marcados
Os fichamentos dos livros
A fatura do mês
O evento no fim de semana
Mudar a cor do cabelo
Lembrar de marcar o despertador
Ufa! Será que aquela dor já passou?
É preciso dedicar-se a si mesma
Ser sua linha de frente
Um passo à frente
Sair do lugar
E, se for o caso, esqueça
Esqueça
Esqueça
Esqueça
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